Quem você ajuda?

Publicado por Revista Paná em

Diante dessa pergunta diversas pessoas podem responder de forma orgulhosa “Ajudo a mim mesma!” Essa resposta é até bem recebida, tendo em vista que muitas pessoas não estão hoje em dia nem em condições de ajudar a si mesmas.

Outra resposta comum pode ser “ Ajudo meu chefe! “ O que podemos considerar até justo ou leal, porém, não o suficiente para demonstrar boa vontade com a sociedade, porque o chefe em questão não necessariamente está ajudando a você, seus companheiros de trabalho, a sociedade ou a natureza.

O fato é que, depois de meditar muito sobre as questões políticas atuais, percebi que esta questão é uma das mais relevantes e é decisivo ao nosso futuro a forma que respondermos a ela, pois a cada dia que passa mais pessoas precisam de ajuda e menos pessoas estão dispostas a ajudá-las. Muitos tem destacado que para receber ajuda é preciso antes merecê-la, mas acreditam que a maioria merece mesmo punições, com as mais variadas justificativas que me parecem escondem um certo sadismo.

Photo by Sebastián León Prado on Unsplash

Não acredito que devamos ajudar apenas aqueles que merecem segundo nossa limitada percepção ou noção de justiça, mas todos que precisam e principalmente os que mais precisam. Também não acredito que punições e discursos de ódio ajudem na solução ou redução de nenhum dos problemas da sociedade.

Acredito fortemente que a única forma de lidarmos com a atual onda de ódio é insistir com as pessoas para que elas não desistam de se ajudar, de que elas podem e devem ajudar o máximo de pessoas próximas a elas e de que precisamos continuar buscando sempre formas de ajudar aqueles que mais necessitam.

Precisamos ajudar a natureza e os animais e nos esforçamos pela criação de uma cultura da ajuda, em que ajudar seja um ato espontâneo entre todas as pessoas e para com toda forma de vida.

Por isso este é também um pedido de ajuda. Tenho me esforçado para encontrar formas de ajudar os que me cercam para que possamos assim aumentar nossa capacidade de ajudar mais pessoas e muitos que me conhecem podem confirmar este fato, por isso hoje posso dizer com orgulho: – AJUDEM-ME POR FAVOR!

Precisamos fazer com que essa mensagem chegue ao maior número de pessoas possível e que a voz dos que precisam de ajuda seja ouvida e atendida. Precisamos democratizar a mídia e aprofundar a participação popular em todas as instituições e esferas de atuação humana. Precisamos muito da ajuda de todos que acreditam como nós que o bem do futuro depende disso.

Marcelo Machado, cientista político pós-graduado pela PUC-SP, é pacifista e acredita na sociedade civil organizada como indutora de um desenvolvimento sustentável.


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