A Medicina do Choro

Publicado por Revista Paná em

Thalita Leal

O choro é uma das minhas principais medicinas de poder pessoal. Ariana com lua em Câncer, né mores? Morada das águas quentes e agitadas. Desde pequena eu já era chamada de “chorona” pelos meus familiares.

Muitas vezes eu me senti mal por não conseguir segurar o choro em algumas situações, me sentia envergonhada e achava que era pura falta de controle emocional.

Mas, somente através da bruxaria eu pude descobrir no choro um lugar de poder!

Quem me conhece sabe que quando eu choro, é porque alguma coisa muito poderosa está acontecendo ali, comigo. Se a Thalita está chorando é porque ela entrou na força. E se ela entrou na força, ela está curando, transmutando, descarregando. E não apenas chorando!

Se tu é meu amigo e nunca me viu chorando, tu certamente não é meu amigo. O choro é carta curinga para tudo.

Choro se estou feliz, choro se estou triste, emocionada, ouvindo música, vendo filme, se estou com raiva, se estou na força, choro de tanto rir, choro por cima, choro por baixo (se é que vocês me entendem rs).

Como já diria Bethânia: “Se choro, quando choro e minha lágrima cai / É pra regar o capim que alimenta a vida / Chorando eu refaço as nascentes que secaram”.

Meu choro lava minha alma.

Meu choro cura minhas mazelas.

Meu choro descarrega o meu coração.

Meu choro nutre e fertiliza o meu chão.

Meu choro é prece de invocação.

Fiz uma pesquisa sobre a origem da palavra “choro” e a etmologia do termo: “Para o folclorista Câmara Cascudo, esse nome é derivado de “xolo”, uma espécie de baile nas fazendas realizado entre os escravos. Para o pesquisador Ary Vasconcelos, o termo liga-se aos “choromeleiros”,uma corporação musical do período colonial que era bastante popular.”

O CHORO É A MELODIA DA ALMA. Não atoa ele também virou um gênero musical, o que conhecemos hoje como “chorinho”. Choro é canção que se renova. E nos renova, de tempos em tempos!

Meu choro é o meu feitiço e quando eu me derramo, até as minhas velas se põem a chorar. Chorar também é um jeito de rezar, de diluir, perdoar e encaminhar! As lágrimas salgadas afastam as dores e nos protegem da seca. Chorar não é sinal de fraqueza.

Chorar é sinal de FIRMEZA!

Thalita Leal é bruxa, taróloga, professora de magia e idealizadora do projeto “Bruxas de Oz”


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